Segundo especialistas o TSE não dará conta de cumprir com os prazos e alguns resultados só serão conhecidos depois das eleições.
Brasília
- A pouco mais de um mês das eleições municipais, o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) recebeu apenas 1.318 recursos referentes a registros de
candidaturas de um universo de cerca de 14 mil que sofreram algum tipo
de contestação na Justiça Eleitoral país afora. Pelo menos 3.200
recursos já foram endereçados ao TSE, porém sequer chegaram a Brasília.
Enquanto isso, candidatos a prefeito e vereador com registros de
candidaturas negados na primeira e segunda instâncias — muitos barrados
com base na Lei da Ficha Limpa — continuam em campanha e podem até ser
eleitos em outubro, mas o exercício do mandato ainda é uma incógnita.
Especialistas
dizem ser muito difícil que o TSE julgue todos os recursos até o pleito
e que, portanto, muitos fichas-sujas podem participar e vencer as
disputas em seus municípios. O tribunal informa, no entanto, que
candidatos barrados nos estados, que venham a vencer nas urnas em
outubro, não serão diplomados sem que a Corte defira o registro. Até o
julgamento, o diplomado é o segundo colocado.
—
Muito candidato vai concorrer sem que o tribunal se pronuncie sobre o
registro. Isso realmente vai acontecer, e a razão disso é o número
assombroso de processos que está crescendo cada vez mais, sem alteração
dos prazos para a análise dos casos — protesta o advogado Fernando
Neves, ex-ministro do TSE.
De
acordo com o calendário eleitoral, todos os recursos referentes a
registros de candidatura deveriam ter sido julgados nos tribunais
regionais eleitorais até o dia 23 de agosto, mas pelo menos oito TREs —
entre eles o do Estado do Maranhão — não conseguiram dar conta do volume
de processos. No Maranhão, já entramos no mês de setembro e alguns
processos ainda precisam ser julgados.
O
prazo é o mesmo desde 1997 e, segundo promotores eleitorais, membros
dos TREs e advogados, está defasado porque o número de candidatos
aumentou e, consequentemente, o volume de recursos também cresceu.
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