sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Depois do “Veta, Dilma”, vem aí o “Derruba o veto, Sarney”


Marco Maia (à esquerda), Temer e Dilma deixariam Presidência para Sarney, o que empurraria a decisão dos royalties para 2013 Gustavo Miranda
Meados dos anos 80. O Brasil aguarda a eleição de presidente pelo Colégio Eleitoral.
De um lado Paulo Maluf, candidato das viúvas da Ditadura Militar pelo PSD, ex-Arena. Na outra ponta a candidatura do mineiro Tancredo Neves pela Aliança Democrática, uma coligação entre o PMDB, o principal partido de oposição ao regime autoritário de 64 e os dissidentes do PDS.
Entre os dissidente do PSD está José Sarney, que se tornaria companheiro de chapa de Tancredo ocupando a vaga de vice-presidente da República. O blogueiro era guri (rsrsr), mas lembra de outdoors espalhados pela capital como a inscrição: “Maranhão presente, Sarney vice-presidente”.
O Colégio Eleitoral elege a chapa Tancredo/Sarney e o Brasil prepara-se para inaugurar o processo de transição democrática.
Por uma dessas coisa que só acontecem com que nasce com o “fiofó pra lua”, Tancredo Neves morre e Sarney vira o primeiro presidente do Brasil pós-regime ditatorial. Aí novos outdoors são espalhados pelo estado, dessa vez com a gloriosa (para Sarney) inscrição: “Maranhão presidente, Sarney presidente”.
Depois de quase três décadas da eleição indireta no Colégio Eleitoral, eis que o velho Sarney de guerra ressurge como “presidenciável”, agora em pleno regime democrático que, diga-se de passagem, o maranhense ajudou a consolidar.
Segundo matéria de O Globo desta sexta-feira (7), “uma grande operação que vinha sendo montada em sigilo, para homenagear o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na próxima semana, ganhou mais um significado e motivação após a guerra declarada pelos governadores de estados não produtores de petróleo contra a decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar parte do projeto que redistribui os royalties, assegurando o cumprimento dos contratos nas áreas já licitadas. A operação, que tem como objetivo deixar que Sarney ocupe mais uma vez a Presidência da República, em deferência à sua figura política, pode retirá-lo do furacão em torno da derrubada dos vetos, ajudando o governo a ganhar tempo e postergar a discussão do tema para 2013, quando ele já terá encerrado seu quarto mandato na presidência do Senado”.
O jornal carioca informa ainda que os governadores de estados não produtores, entre eles, a nossa Roseana Sarney, lançaram uma forte ofensiva para que o Congresso derrube os vetos da presidente Dilma.
Pois é, amigos. Depois de tanto tempo o Sarney pode voltar a subir a rampa do Planalto e dessa vez para cumprir a missão de garantir os recursos dos royalties do petróleo para todos os estados.
E Sarney deveria articular a derrubada do veto mesmo, não teria nada a perder.
Primeiro porque a região Sul/Sudeste não gosta dele, segundo porque a imprensa do eixo Rio-São Paulo o odeia, e como não tem mais projeto político algum que depende dessa galera, tem mais é ajudar a derrubar o veto sim!
De forma oposta, ao derrubar o veto, o “presidente” Sarney ganharia a simpatia do restante do país.
Por isso, agora é: “Derruba o veto, Sarney”.

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